segunda-feira, 16 de março de 2009

O futuro, infelizmente, "está" agora!

Kyzze Hoffner
Ai hoje de amanhã encontrei meu querido Tio Bastião em frente ao Banco do Brasil do Calçadão.
- Oi TioBastião! Passiando?
- Não filha, vim pegar a certidão na igreja... padrinho... tem que pagar... blablablá

Conversa pra cá, conversa pra lá. A maioria das pessoas que vivem aqui em pequena londres sabem dos velhinhos queridos que adoram jogam conversa fora e engraxar os sapatos no calçadão. Então, ai meu Tio encontrou um amigo. Típico velhinho, que fofinho de chapéu, óculos, socialzinho... ai ai. Quanta história de vida. Me contaram que chegaram em Londrina há 70 anos - brinquei com eles dizendo que os dois são mais velhos que a própria cidade praticamente! Apenas a parte do calçadão que de um lado é a Praça Rocha Ponbo (se não me engano) e do outro a... Tanger (uma amiga disse que Tanger é um bom ponto de referência)... apenas aquela parte era calçada! O prédio da farmácia Vale Verde, Justiça do Trabalho etc era apenas um morro! O Velhinho - desculpem-me, mas neste momento me falta o nome dele - está feliz porque é casado há 50 anos. Se minha Tia Eline não tivesse morrido, os dois estariam juntos há 46 anos.
- Se minha amada não tivesse falecido... ficamos 40 anos juntos, 2 de namoro e 38 casados.
Ai chegou outro senhor. Disse que se formou na PRIMEIRA turma de direito na UEL hahahaha depois disso eu parei de fazer as contas. No cheque deles, todos clientes do BB, os três trabalharam lá durante uns 30 anos, a conta é de 1950... 1945... Ai eu disse:
- Vocês perceberam que vocês são clientes antes do banco existir certo? - cairam na risada!
E quando eles jogavam futebol? Um fazia sacanagem com o outro. Vocês não sabem! Eles me contaram as "peripécias futebolísticas" com direito a encenaçao em pleno calçadão. Eu parecia uma criança vendo a alegria dos dois (o senhor da primeira turma de direito já havia ido embora)... Não, eles eram as crianças!
Como eles disseram, casamentos assim, como o deles, não existe mais. Histórias como essas, quem sabe. A alegria de ter 70 e bla anos e contar as histórias com o mesmo vigor, como se o fato tivesse ocorrido ontem, poder relembrá-las com os amigos é incrível. É por isso que eu não vejo a hora de ter 65 anos, mas do jeito que eu estou lidando com o presente, não terei muitos amigos para (e com quem) contar histórias não!
Boa semana a todos.

4 comentários:

Cristiano Hackl disse...

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aaai q delicia
eu quero chegar nessa idade
mt bem... com a esperança de q
o mundo não tenha virado realmente
do avesso até lá!
ai vá tomá banho, se deus quiser
a gente vai da risada da dentadura um do outro que tá pulando pra fora!
beijo

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Anônimo disse...

ai que lindeza. eu adoro historias de velhinhos
;*

Anônimo disse...

Realmente, a vida começa,ao 40, 50 ou 60.Adorei a foto, imagina nossa pequena Londres daqui há uns 30 anos. Fica a memória.
Não vejo a hora!!!huahua

Cristiano Hackl disse...

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eu vou ta contigoooo aaaain depreee
saaai rsrsrrs

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